segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Máscaras da mentira

As redes sociais são, no mínimo, uma ótima fonte de pesquisa e análise do pensamento e da filosofia que cerca nosso pensamento e influencia nossas decisões.

Quase diariamente sou surpreendido com alguma afirmação que parece ser verdade mas que, diante de algumas simples perguntas, não resiste à sua intenção e logo mostra a sua verdadeira face; uma mentira deslavada!

Vejo pessoas de fé, letradas na Palavra de Deus que simplesmente se deixam iludir com a camuflagem de pensamentos do dia a dia (muitas vezes, sabe-se lá de onde vieram) e com livros que surgem às bateladas. Os livros, só porque fazem uso de terminologia bíblica e teológica não quer dizer que sejam nem uma coisa ou outra; bíblica e/ou teológicamente corretos.

Vou destacar duas dessas afirmações que acabei de ler em minha página no Facebook:

1. Uma querida amiga (moça crente) disse: "não se apegue demais as pessoas... elas podem te decepcionar..."

Meu comentário foi simples, apenas para que ela começasse a pensar. E nós também: "...sem se apegar você não tem como amar! E, em contrapartida também não será amada. O amor é isso, continuar mesmo decepcionado, sabendo que o valor da pessoa está em quem ela é e nao no que ela fez. Infelizmente, isso faz parte de nossa vida e faz parte de nosso crescimento. Já pensou se papai e mamae deixassem de nos amar só porque os decepcionamos? Tadinhos de nós! Já pensou se Deus pensasse assim e não se apegasse à gente para não se decepcionar (o que é certo e absoluto)? Tadinhos de nós!"

2. O lançamento de um livro de título Espiritualidade ou Sofrimento. E que sua editora resolveu divulgar com a seguinte afirmação: "A dor é inevitável; sofrer é opcional"

Meu comentário desta vez foi mais uma expressão de um temor: "Temo muito quando a igreja começa a achar que pode escolher deixar de sofrer. Ninguém, obviamente, quer sofrer. Mas nao há dor sem sofrimento. É nele que crescemos, É nele que Deus trata conosco. Negar o sofrimento é negar ser tratado. Jesus, podendo optar, optou por sofrer e ainda disse que feliz (bem-avneturado) o que sofre por causa dele. Nenhum testemunho cristão não subsiste sem sofrimento, porque é no sofrimento que mostramos o quanto somos diferentes do restante do mundo. Se o mundo não percebe nosso sofrimento e como lidamos com ele, sempre dependentes na graça, não temos nada o que lhe oferecer."


Precisamos atentar às palavras do apóstolo (esse sim verdadeiro) Paulo, de seguirmos o exemplo dos irmãos de Beréia, que insistiam em conferir tudo na Palavra de Deus para saber se de fato era tudo verdade o que estavam ouvindo. Nosso referencial é Cristo e sua Palavra!
Pense além do senso comum...

Sole Deo Gloria

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nosso trabalho sob a vontade de Deus

Ao ler o livro O Pastor Contemplativo, Eugene Peterson, me deparei com uma afirmação que muito incomodou-me quando mais jovem e percebo que ainda me incomoda quando tenho de enfrentá-la. Pior, parece que sempre me sentirei incomodado – O Crescimento É Uma Decisão.


A famosa pergunta de Hamlet: “Ser ou não ser?” não é a nossa maior questão. Pode ter sido para William Shakespeare, para o próprio Hamlet ou para qualquer ator que o quisesse interpretá-lo. Não para nós.

A nossa questão e luta é “Querer ou não querer?”.

E para nós, pastores e líderes, que experimentamos e pregamos um evangelho da graça divina, em que não há lugar para méritos da nossa vontade, somos sempre impactados com a vontade humana versus a vontade de Deus.

Nem o mais ardente calvinista nega a sua luta interior. Mesmo crendo na graça soberana de Deus não nega a sua própria vontade, mas submete-se, mesmo entre lágrimas às vezes, à vontade de Deus. O submeter-se é uma ato de vontade. Decido submeter-me!

Entrega! Espera! Confia! Segue! Prega!

Em todo apelo bíblico de entendermos e aceitarmos o governo de Deus em nossa vida, a resposta esperada sempre será a manifestação da nossa vontade em favor da vontade de Deus.

Logo, diz Eugene Peterson, “a minha vontade é a minha glória, mas é também o que mais me dá trabalho”.

Eugene Peterson trata de 3 áreas de nossa vida que experimentamos os maiores desafios entre a nossa e a vontade de Deus: o Trabalho, a Linguagem e o Amor. Mas eu quero falar apenas de um; do trabalho - Submetendo o trabalho à vontade de Deus.

 
Desde cedo, todos nós, tivemos a experiência de aprender a trabalhar logo cedo, nas pequenas e despreocupantes atividades domésticas. Mas nada se compara à experiência de nos sentirmos confiantes e independentes com o nosso primeiro emprego.

Como isso é bom! Mas como também é perigoso!

Acharmos que já não dependemos que não precisamos mais de quem nos sustente. Logo descobrimos que o dinheiro que a gente ganha não é a garantia de nossas vontades serem soberanas. Logo descobrimos que o dinheiro não paga nem mesmo nossa liberdade.

Mas, o mais impressionante no trabalho é você descobrir que, independentemente do seu conhecimento e de suas habilidades, o trabalho sempre será feito. Daí a máxima de que ninguém é insubstituível.

O adolescente, recém contratado, animado com a descoberta do Ego maravilhoso e confiante em suas habilidades aflorando, supõe que a vida consiste em expressá-lo para a edificação de todos os outros.

Mas, os verdadeiros trabalhadores, os especializados, praticam a supressão do “eu” para que o trabalho aconteça por si mesmo.


Veja João Batista: “Que Ele cresça e que eu diminua” (Jo.3:30). Veja Jesus, no testemunho de Paulo: “antes a si mesmo se esvaziou...” (Fp.2:7). Esvaziar é o prelúdio de encher. Nenhum vaso cheio tem utilidade para outra tarefa até que seja esvaziado.

Essa é a noção que cada um tem de ter, e que Eugene Peterson chama de Capacidade Negativa. O mais útil não é o que se acha mais capaz. Antes, útil é aquele que, apesar de ver-se incapaz, é chamado por Deus.

O que diremos de:
  • Jeremias – Sou apenas uma criança / Não digas sou apenas uma criança;
  • Moisés – Quem sou eu? / Eu irei contigo;
  • Isaías – Ai de mim! Estou perdido! / Vai e dize a este povo.

David Hansen, em seu livro A Arte de Pastorear, falando a respeito do chamado pastoral, diz que a questão crucial do ministério é a negação de si: “Aqueles que se dispõem a sofrer a negação de si, são parábolas de Jesus e são pastores”.

O trabalho bem feito cultiva a humildade.

O trabalhador que faz a obra é um servo que permanece em segundo plano. Porque todo trabalho, quando sujeito à vontade de Deus, é um aprendizado no trabalho de Deus.

Que ao trabalharmos, em qualquer área, a nossa consciência esteja pautada na admoestação de Paulo: “...tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens, sabendo que receberão a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo”. E que nossa oração seja como a do Senhor: “Não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt.26:39).

Amém!

Sole Deo Gloria

sábado, 15 de janeiro de 2011

Maturidade - Tempo de sobra ou tempo que resta?

Dias atrás revivi momentos de minha infância na antiga chácara de meus avós.

Hoje, um pedaço de terra sub-utilizado com uma casa que cheira infância e traz as marcas do tempo que não volta mais, mas que fez diferença na minha vida e de meus primos onde desfrutamos dias de férias e feriados prolongados.
O pomar ainda está lá. Abandonado, sem cuidado, sem poda, sem adubo. Mas as fruteiras teimam contra o tempo e estão carregadas de frutos diversos. E como é bom achar uma fruta madura e doce!
Uma fruta que amadurece naturalmente no pé é gostosa, mas achá-la no ponto certo é o que faz dela a melhor coisa em um pomar. Porque não basta amadurecer, é preciso ser aproveitada no seu tempo de amadurecimento. Mas às vezes as mais maduras e doces ficam escondidas entre as folhas onde nem os pássaros a encontram.
Uma fruta madura que nunca foi achada é uma fruta que nunca existiu. Sua beleza e seu sabor não foram úteis, passaram despercebidos e desconhecidos.
Assim é a nossa maturidade - resultado do tempo que já vivemos, de nossa experiência e de como aprendemos a lidar com cada uma delas - é preciso saber aproveitar o seu tempo.
A maturidade é apenas o ápice. É sinal que se chegou ao clímax. Logo, o que conta a partir de agora não é o tempo percorrido para a conquista da maturidade, mas quanto tempo ainda resta para o aproveitamento da maturidade.

Essa é a grande questão da maturidade, estar pronto e ser útil.
O tempo passa, a maturidade vem e se ninguém viu é por permanecemos ocultos e não estamos sendo úteis.

Amadurecer é se abrir ao outro, é se dar sem reservas nem esperar recompensa, é saber menos que o outro para aprender mais.

Pense alem do senso comum...

Questões sobre Maria, bendita entre as mulheres!


Mais uma vez um jovem me abordou com a seguinte questão:

"Como apresentar o evangelho para um colega de escola que sempre nos acusa (os evangélicos) de não crer em Maria?"

Entaõ, vamos lá...

Nós evangélicos não temos problema em reconhecer as virtudes de Maria. Muitos acham que não acreditamos na existência dela e que nem foi virtuosa por ter sido mãe de Jesus. O que não é verdade.

Quais são as questões levantadas em uma discussão a respeito de Maria?

1. Ela ser mãe de Deus. Veja Jo.8:58 e Cl.1:17 (Jesus já existia antes de Maria);
2. Ela ter papel fundamental na salvação. Veja 1Tm2:5 e At.4;12. Em seu cântico de adoração Maria reconhece que ela mesma precisava de salvação, quando diz que Deus é o seu salvador (Lc.1:46,47);
3. Ela ter permanecido virgem após o nascimento de Jesus. Veja Mt.1:25 e At.1:14;
4. Ela nunca ter cometido pecado. Igualdade como Jesus. A repreensão de Jesus a Maria em Jo.2:4 mostra que ela era suscitível a erros. Mas esta não é a questão principal. Você não deve querer provar o pecado de Maria para que seu amigo se salve. Ele tem que reconhecer os pecados dele e que ele não tem como resolver, a não ser através de Jesus;
5. Ela não ter morrido, mas subido aos céus, como Jesus. Dógma oficializado pela Igreja católica só em 1950. Antes disso não se discutia isso.

É bom mostrar que não temos problema nenhum com a pessoa de Maria. Pelo contrário, a reconhecemos como bem-aventurada, uma mulher piedosa e que foi presenteada pela graça de Deus. A mesma graça que salva o pecador sem merecimento algum.

Nossa questão é de caráter teológico, quanto á salvação. A igreja católica argumenta que Maria tem papel imprescindível na salvação, e Atos 4:12 e 1Tm2:5, como já te mostrei, dizem que o único imprescindível é JESUS!

Creio que a melhor linha nessa discussão, se você não vai entrar em discussão filosófica ou teológica, é mostrar que não há salvação fora de Jesus. Lembre-se que em uma discussão sobre Maria, a conversa sempre tende a pender para alguma coisa que negamos a respeito de Maria. E isso desvia do assunto principal. Jesus, o único salvador.

Se uma pessoa reconhece Jesus como seu ÚNICO e SUFICIENTE salvador, nada mais é preciso provar pra ela, tudo o que não estiver em conformidade com a Palavra de Deus não prevalece mais em seu coração. Essa é uma verdade absoluta e uma realidade.
Portanto, não deixe que o sabor delicioso de uma discussão intelectual tome o lugar da alegria de ver alguém se entregar a Jesus.

Não é Maria que separa o homem de Deus. É o seu pecado inconfessado e a rejeição da substituição de Jesus por nós, na cruz. Maria já está no céu porque creu em Jesus como seu salvador.

Espero que isso te ajude meu amigo.
Ore e fale apenas na confiança no que o Espírito Santo colocará no seu coração.

Lembre-se, há festa no céu por um pecador que se arrepende e não por um crente que vence. Deus te abençoe!

Pense além do senso comum...

SOLI DEO GLORIA


Casar ou comprar uma bicicleta?

O diálogo abaixo ocorreu em um desses bate-papos instantâneos, quando um jovem (presumo, de minha igreja) que não se identificou e que sse mostrava angustiado. E tudo se desenvolveu a partir da seguinte pergunta:

"Pastor, fico meio sem graça de perguntar mas.... Qual o sentido de casarmos virgens? Pastor, eu li na Bíblia, em Coríntios, mas eu ainda não consegui entender ... e uma vez me perguntaram isso eu não soube responder. Perguntaram pra mim assim:'que beneficio traz esperar até o casamento?'"

Em seguida você tem a resposta completa:
Ok! Primeiro, não tem por quê ficar sem graça ou constrangido em perguntar isso ou qualquer outra coisa sobre a sexualidade. Se quem vai responder ficar sem graça ou não souber responder, é um problema dessa pessoa. Mas o jovem tem de perguntar! Bem, vamos à resposta.

Creio que para compreender os benefícios é preciso compreender tudo o que está envolvido em um relacionamento sexual:

1. O sexo foi feito para o casamento. A Bíblia diz que quando fazemos sexo nos tornamos uma só carne com a outra pessoa. Isso quer dizer que a partir do sexo há uma ligação até mesmo espiritual com a outra pessoa. Não é só uma troca de prazeres. É uma comunhão tão profunda que as almas se confundem. Não é à toa que a cultura popular denomina o encontro de um amor como sendo a sua “alma gêmea”.

2. Mesmo que o jovem ame sua namorada/noiva e saiba que irá se casar com ela, o sexo não é o referencial para avaliar ou balizar esse relacionamento. E é exatamente isso que todo mundo faz quando faz sexo antes do casamento. Avalia o outro, sofre com frustrações e via de regra, acaba desistindo do relacionamento. Já imaginou a confusão espiritual que é você ter se relacionado sexualmente com uma garota, tornado-se uma só carne (alma) com ela e, depois de muito sexo, vocês acabam o relacionamento? Você vai para um lado e ela pra outro, ambos comprometidos espiritualmente com o outro mas divorciados?

3. Há ainda a questão social envolvida. Você sempre olhará para a moça, e vice e versa, sabendo que vocês se conhecem mais do que convém. Piora a situação se ela se casa com outro e você com outra. Por isso que a Bíblia chama essa situação de confusão!

4. Considera-se, ainda, que a Bíblia é clara em dizer que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e que não podemos, por isso, usar o nosso corpo para a prostituição.

5. Ahhh! Vale lembrar que prostituição, biblicamente, não é só o ato de vender ou comprar sexo. Mas todo sexo feito sem um compromisso formal entre as partes é considerado prostituição.
6. Sexo antes do casamento leva, com certeza, ao sexo fora do casamento. Logo, a prostituição é uma porta aberta ao adultério. Você pode imaginar as implicações e complicações de tudo isso.

Bem, vimos apenas alguns aspectos negativos da sexualidade fora do casamento. E você quer saber dos benefícios. Vamos pensar em alguns:

1. É bom saber que ninguém mais conhece os seus segredos mais íntimos e nem da sua esposa. Você é dela e ela é sua! O corpo de ambos só o outro tem as chaves e as respostas.

2. O jovem não sofre nenhum peso de culpa.

3. Deus que conhece o coração do jovem também sabe de sua luta pela santidade. A santidade é um grande benefício. Só na santidade que Deus pode operar muitos milagres em nossa vida e nossos olhos podem contemplar maravilhas. Lembre-se, Deus não tem associação com o pecado.

4. Podemos considerar, ainda, o benefício da saúde. Sua saúde é preservada no sexo dentro do casamento - saúde física, mental e espiritual.

5. E como muitos países, que nem cristãos são, mas já reconheceram, a abstinência do sexo antes do casamento é a melhor prevenção contra toda DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e contra uma gravidez indesejável.

Para encerrar, considere as seguintes questões:

1. Se não houvesse problemas com o sexo fora do casamento, Deus não o impediria.

2. Deus chama o sexo descomprometido de “PECADO”. E é isso que faz separação entre nós e Deus, o nosso pecado. E contra o pecado só a obediência a Deus.

3. Um (a) jovem que pensa e questiona o por quê não fazer sexo antes do casamento está sendo mais influenciado pelos conceitos do mundo que pela Palavra de Deus. Está entrando na fôrma do mundo (Rm 11.1,2). Logo, (falo isso com certeza absoluta) não está lendo a Palavra e nem orando. Ou, se está, o seu coração está mais pendente para as propostas atraentes do mundo que para Deus. Lembre-se, é impossível servir dois senhores ao mesmo tempo!

4. A própria Bíblia dá a solução pra quem está “abrasado”, que se case!

5. Não está em tempo de casar? Para os homens Deus providenciou um escape chamada “polução noturna”. Que é quando o homem ejacula durante o sono, através de sonhos eróticos, que normalmente não são tão eróticos assim, mas que ajudam no processo (risos).

6. O jovem cristãos deve guardar, sobre tudo, a sua mente. Quando os pensamentos não são outros que não o sexo, é porque é sobre isso que os pensamentos estão sendo alimentados. Vale aqui a orientação bíblica de ocupar a mente com tudo o que é puro, justo, reto. Assim, evite conscientemente cenas de sexo em filmes, imagens sensuais e insinuantes, ficar sozinho com alguém do sexo oposto, conversas (faladas e tecladas) sobre sexo ou assuntos íntimos que só tenham a intenção de curiosidade. Você pode lembrar de outras situações perigosas?

7. Duas boas sugestões de leitura pra melhor argumentar:
  • Sexo: aqui e agora? 20 razões para não fazer sexo antes do casamento - Pr. Jaime Kemp, Editora Sepal e
  • Sexo não é problema (lascívia, sim) - Pureza sexual em um mundo saturado de lascívia - Joshua Harris, Editora Cultura Cristã.

Espero que tenha te ajudado. Grande abraço!

Pense alem do senso comum...


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